O mais-ou-menos Plano de Mobilidade do Recife

Abaixo segue notícia retirada da Revista Algomais sobre apresentação do Plano de Mobilidade do Recife. A partir do que está escrito, já podemos ver alguns erros derivados da visão carrocrática dos gestores.

Erro 1: "construção de edifícios-garagem". Não cabe à Administração Pública construir garagens ou edifícios-garagem. Deixa-se essa iniciativa para a iniciativa privada que avalia o custo-benefício do empreedimento. À Administração cabe dificultar o tráfego do automóvel e facilitar o tráfego do transporte coletivo e dos transportes ativos. Aqueles que insistem em usar a propriedade privada para se deslocar que resolvam seus problemas e estacionamento pagando, e pagando caro, pois o espaço nas metrópoles é limitado.

Erro 2: "em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade". Quanta bobagem. As cidades civilizadas estão empenhadas em reduzir a velocidade dos automóveis em TODAS AS RUAS da cidade. Velocidade civilizada e segura de veículo automotor é 30 km/h e é nessa velocidade que as máquinas sagradas dos brasileiros devem circular.

Aparentemente, um plano sem o mínimo de ousadia. Até quando esse tipo de gestão carrocrática e carrófila continuará desmandando e desplanejando?

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Milton Botler apresenta Plano de Mobilidade do Recife em seminário

Depois de conhecer a experiência aplicada no trânsito de Barcelona, o público que conferiu, nesta quinta (21), o Seminário "Cidade e Mobilidade" acompanhou a apresentação sobre os projetos voltados para o Recife. Abrindo a tarde, Milton Botler, presidente do Instituto da Cidade Pelópidas Silveira (ICPS), falou do Plano de Mobilidade do Recife, que foi criado em fevereiro de 2011, e inclui a implantação de bicicletários, postos de táxi, a construção de 15 edifícios-garagem nos principais trechos da cidade, a requalificação urbana e o plano de estudo sustentável.

"A América Latina tem uma forma de mobilidade típica, focada na cultura rodoviária, que dificulta o acesso de pedestres e isola comunidades. Devemos começar a mudar esta realidade e pensar na mobilidade das pessoas, abrindo espaços para que os mais diversos tipos de transporte possam coexistir eficientemente e complementariamente. Para mim, nosso maior desafio é articular as comunidades estabelecidas em áreas altas e acidentadas, como os morros. Mais de 500 mil pessoas moram em morros acima do que equivaleria ao quarto andar de um edifício e precisamos articular essas comunidades Temos excelentes exemplos, como Bogotá que faz uso de teleféricos para superar essa dificuldade. Essa é uma das soluções que o nosso plano de mobilidade contempla", explicou Milton

Outro ponto destacado foi a construção de edifícios-garagem em pontos estratégicos, onde se poderia deixar o carro e pegar transportes circulares. "Assim, pode-se redimensionar as vias, não alargando elas para os carros, mas ampliando calçadas, a arborização e fazendo ciclovias. A ideia do plano é que em alguns lugares, devido às árvores, os carros teriam que trafegar com menos velocidade possibilitando a convivência com pedestres e bicicletas. Este plano tem um horizonte de 30 anos, e será estruturado com PAC Copa e o PAC da Mobilidade. Só a PCR vai investir mais de 800 milhoes na II e III Perimetral e na radial sul", completou Botler

Logo após, o consultor Germano Travassos explanou sobre o Sistema Estrutural Integrado, que foi criado em 1984 e vem se organizando lentamente, devido às dificuldades inerentes à cidade. Depois das palestras, a sessão de debates foi aberta por Béda Barkokébas, professor da UPE e contou com a participação da professora da UPE Socorro Pessoa, além da participação do público presente.