Quinta do Encontro

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Ontem, que há de ontem? O caixa do banco e sua conversa. Saída do trabalho, bicicleta, casa, estudo de inglês. Que raiva de não dominar essa língua bárbara. Estudo inglês e leio o livro que estou lendo em inglês também, descobrindo até palavras curiosas. Faço intervalo para comer. Sopa de feijão com pedaços de batatas, croissants (falsos), uma fatia de torta de verdura, com uma meia taça de vinho português, o resto de uma garrafa já aberta, de nome Quinta do Encontro. Mais um pouco de estudo, deito e durmo.
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Hoje de manhã, céu azul total sem pingo de nuvem, bicicleta, ruas esburacadas, cidade sem prefeito. Uma luta pedalar nessa cidade. É necessário ser agressivo com os automóveis, para conseguir o nosso espaço, espaço dos ciclistas. Odilon diz que temos de pilotar atacando-defendendo. Sinalizo para os carros. Pareço maluco. É pior ser um maluco que parece maluco, é melhor ser um maluco discreto, não exibir a própria maluquez. Chego ao trabalho e um rapaz que sabe que trabalho nessa entidade difusa chamada "governo" me pergunta se o órgão das aposentadorias pode recusar a aposentadoria dele mais uma vez. Já recusou duas vezes. Sei lá.
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