bicicletas nas ruas

Há dias venho sonhando – não o mesmo sonho, mas o mesmo tema: sonho com Londres ou Paris ou as duas. Caminhando pelas ruas, entrando em estações de trem. Horas e horas de caminhada nas duas cidades. Às vezes até acordo levemente no meio da noite,  percebo que estava naquele tipo de sonho, durmo de novo e volto a caminhar pelas ruas daquelas cidades. Coisa esquisita.
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Ontem, bicicleta para ir e para voltar do trabalho. De tarde, fui para o atelier e terminei um desenho que havia começado em 2010. Imho, ficou bom. Tem sido bom estar no atelier com meu irmão. Conversas sobre arte, vez em quando. Depois do atelier, mais tarde, de noite, em casa, desenhos e leituras.
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Hoje no Recife, amanheceu céu azul, muitas nuvens. De bicicleta para o trabalho. No caminho, parei em cima da pontezinha que cruza o canal Derby-Tacaruna para olhar o canal, ver as árvores que o margeiam e os reflexos na água. Penso que ninguém – ou somente eu mesmo – tem tempo para olhar esse canal. Sujo, de águas negras, às vezes ou quase sempre fedorento.

No bicicletário onde coloco minha bike, encontrei uma bela bicicleta de cor chamejante e personalizada, até mesmo com o nome do dono: Gleidson. A não ser que Gleidson a tenha vendido para alguém que não trocou a personalização. Mas imagino o rapaz, o dono, subindo na bicicleta rosa-flamboyant e gritando: pelos poderes de Gleidson. Mais tarde, depois de almoçar, encontrei essa luminosa bicicleta de carga amarela, com tapetes de borracha nos bagageiros e pedais e punhos também amarelos, denotando,  para mim, o cuidado e um certo carinho do dono. Seguem fotos da Gleidson bike e da bike amarelinha.